terça-feira, 24 de julho de 2007

tahhhhh chegando a horaaaaaaaaaa - e a redenção final

8h25 da manhã de ontem, eu, gripado, rouco, na Praça da República em Coimbra. Chego na farmácia e está escrito que abre às 8h30. Lá dentro o farmacêutico olhando pela vidraça a rua. Diz algo que não entendi. Então acaba abrindo a porta e dizendo - só mais um bocadinho!

Fico eu ali, inerte, calmo, observando a manhã que saía dum lado da porta de vidro, e ele do outro fazendo a mesma coisa. Assim, os dois, durante uns cinco minutos. Então ele abre a porta, eu entro e compro meus remédios.

Naquele momento sentia-me o protagonista de 1984, ao final da história, depois da lavagem cerebral, em sua redenção caminhando por opção para dentro do ministério onde seria executado (não lembro mais qual era o ministério, nem o nome do cara, mas isso pouco importa). Foram 10 meses até eu aceitar os costumes daqui.

Fosse antes, teria insistido até me vender o remédio - ou tomar com a porta na cara! Mas no fundo acho que eu me opunha tanto só pela jocosidade de deixar meus amigos portugueses irritados (incrível como as pessoas levam a sério o que a gente fala às vezes... há quem me chame de comunista e capitalista ao mesmo tempo!).

Gripes fazem a gente pensar...