sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Live or Leave the Dream... aterrissado na terrinha

Provavelmene pela primeira vez em minha vida estou caminhando em uma cidade na qual não há carros com placa de São Paulo. E o trânsito aqui é tão sussa, nem parece capital de país. Parece utopia.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Reflexões pós-Goiânia

Cidade quente, seca pra burro... até me esqueci que tinha sinusite por uma semana!

Mas muito acolhedora. Dá vergonha dessa nossa pressa de paulista quando você atropela uma gentileza por hábito: um porteiro dando boa noite enquanto você pede a chave de cara, ou uma caixa de supermercado apertando sua mão depois do troco e você sem reação.

É como se nós paulistas tivéssemos nos casado uns com os outros e mal déssemos boa dia com o passar dos anos. O sol das manhãs de Barão Geraldo muitas vezes convidava a dar bom dia pros vizinhos, mas chegamos a ter uma barreira psicológica nos impedindo. Cruzes! Se não tivesse indo embora, iria procurar uma "terapia de casal" para isso, hehe. Mas, com a distância, o reecontro é sempre melhor! Viva SP!

Bom, eu ia mandar umas fotos da viagem, mas as circunstâncias não estão colaborando.

[]´s!

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Goiânia é quente pra burro

Ainda não entendi o lance das cidades planejadas, mas as coisas parecem todas meio distantes, e não tem muita agitação num único lugar. Nunca bebi tanta água - parece que estou no auge do verão paulista. A fauna local é de tirar o fôlego, como qualquer PUC por aí também... é das católicas que eles gostam mais!
















Na foto, dois colegas de hotel no primeiro dia de evento.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Idempotência

" falta pão
(o pão nosso de cada dia)
sobra pão
(o pão que o diabo amassou)

triste vocação
a nossa elite burra
se empanturra de biscoito fino
somos todos nordestinos
passageiros clandestinos
dos destinos da nação
triste destino
engolir sem mastigar
chuva de containers
entertainers no ar
noir

falta pão
(o pão nosso de cada dia)
sobra pão
(o pão que o diabo amassou)

triste vocação a nossa
(elite burra)
se empanturra de biscoito fino
triste sina
América Latina
não escaparemos do vexame
não caberemos todos em Miami
ame-o ou deixe-o

OUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS
OS TROVÕES DA CHUVA ÁCIDA
A ACIDEZ OCEÂNICA DE UMA LARANJA MECÂNICA

falta pão
(o pão nosso de cada dia)
sobra pão
(o pão que o diabo amassou)
falta circo
(no mundo que nos cerca)
sobra circo
(é só pular a cerca)

sobra circo... falta pão
falta circo... sobra pão "
chuva de containers
(gessinger)


No final, tanto faz. Explorador e explorado. Mudam as elites, ficam o símbolos de dominação.
Qual o sentido nisso? Todo dia algum rapaz declara independência dos pais. Alguns não precisam levar um país junto, pra não fazer a menor diferença sobre estar aqui ou ali. E depois, já que o poderio é um enfeite embarafustado, vamos brincar de república, de populismo, de ditadura, de mentira e lullismo. Ao fim haverão acertos e erros do mesmo jeito. Os pobres continuarão pobres. Subirão estocasticamente, como sempre foi.

Mas agora eu penso comigo nos problemas sociais... e não seriam eles um problema de falta de raízes? Jogar um tigre na amazônia, um elefante em solo europeu, e não existe sentido, história, base para nada. Criar uma lei para o tigre ou o elefante terem direitos privilegiados também não leva a lugar algum. Então, quando os tucanos e curupiras irão encarar o elefante como outro deles? Uma moradia para cada indivíduo, uma chance de ganhar o pão, uma cultura "miscigenativa", e teremos todos de todas as raízes que precisamos... para fazer desse país uma nação.

É só uma vez que isso será necessário, se o que ainda resta de consciência combater qualquer escravidão do indivíduo. E o sentido figura é meu, e eu sou independente, e o país não (que jargão é aquele no horário político!?).

sábado, 2 de setembro de 2006

Sem sair do lugar... (como se sair do lugar fosse solução)

" Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha. "
Depus a Máscara
Álvaro de Campos


Houve um tempo em que eu sempre andava com dois amigos "de sala" - um visionário e um pé-no-chão. E nesse tempo eu me irritava com arbitrariedades, e me usava de organizações que ajudava a manter para criticar aqueles que estavam acima. E eu sempre pensava em partir, em "acontecer" em algum lugar alheio, em viver a vida. Às vezes a maré me fez tombar e naufragar, mas em algum ponto eu sempre me achava.

Uma vez em 2001, outra em 2005. É estranho como descobrimos o que somos por repetição. Não sei quando vou, mas certamente sentirei saudades desses dois "dois amigos" que tive, seja em Santo André, seja em Campinas (será que em Lisboa também!?).

Não preciso dizer quem são - eles sabem.