quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Idempotência

" falta pão
(o pão nosso de cada dia)
sobra pão
(o pão que o diabo amassou)

triste vocação
a nossa elite burra
se empanturra de biscoito fino
somos todos nordestinos
passageiros clandestinos
dos destinos da nação
triste destino
engolir sem mastigar
chuva de containers
entertainers no ar
noir

falta pão
(o pão nosso de cada dia)
sobra pão
(o pão que o diabo amassou)

triste vocação a nossa
(elite burra)
se empanturra de biscoito fino
triste sina
América Latina
não escaparemos do vexame
não caberemos todos em Miami
ame-o ou deixe-o

OUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS
OS TROVÕES DA CHUVA ÁCIDA
A ACIDEZ OCEÂNICA DE UMA LARANJA MECÂNICA

falta pão
(o pão nosso de cada dia)
sobra pão
(o pão que o diabo amassou)
falta circo
(no mundo que nos cerca)
sobra circo
(é só pular a cerca)

sobra circo... falta pão
falta circo... sobra pão "
chuva de containers
(gessinger)


No final, tanto faz. Explorador e explorado. Mudam as elites, ficam o símbolos de dominação.
Qual o sentido nisso? Todo dia algum rapaz declara independência dos pais. Alguns não precisam levar um país junto, pra não fazer a menor diferença sobre estar aqui ou ali. E depois, já que o poderio é um enfeite embarafustado, vamos brincar de república, de populismo, de ditadura, de mentira e lullismo. Ao fim haverão acertos e erros do mesmo jeito. Os pobres continuarão pobres. Subirão estocasticamente, como sempre foi.

Mas agora eu penso comigo nos problemas sociais... e não seriam eles um problema de falta de raízes? Jogar um tigre na amazônia, um elefante em solo europeu, e não existe sentido, história, base para nada. Criar uma lei para o tigre ou o elefante terem direitos privilegiados também não leva a lugar algum. Então, quando os tucanos e curupiras irão encarar o elefante como outro deles? Uma moradia para cada indivíduo, uma chance de ganhar o pão, uma cultura "miscigenativa", e teremos todos de todas as raízes que precisamos... para fazer desse país uma nação.

É só uma vez que isso será necessário, se o que ainda resta de consciência combater qualquer escravidão do indivíduo. E o sentido figura é meu, e eu sou independente, e o país não (que jargão é aquele no horário político!?).

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