sexta-feira, 23 de maio de 2008

Quem não arrisca, não risca...

A gente nunca se decepciona tanto senão com aquilo a que nos atiramos com toda a força. Mas também nunca se emociona tanto senão com aquilo a que nos atiramos com toda a força. O caminho que riscamos é cheio de riscos de outra natureza, é cheio de um monte de coisas malucas. O meu caminho mostrou muitas curvas nos meses que se passaram, e algumas delas foram mudanças muito boas.

Hoje eu fiz uma daquelas coisas perigosas que algumas pessoas às vezes fazem: pensar, pensar muito, praticamente vomitar a própria metafísica pra se livrar daquilo que incomoda mas ainda sequer conseguiu delinear corretamente. E quando eu olhei a substância amorfa que me digeria por dentro, não era mais do que o velho erro de não haver um sentido em estar indo em uma direção e não na outra, não era senão a falta de sentido em fazer algo apenas por parecer o mais acertado a se continuar fazendo. Em suma, é a energia que todo dia você doa sem paixão.

Eu nem velho sou. Eu nem filhos tenho. Eu nem sei o que quero pra daqui a 5 anos. Quero, sim, gostar tanto daquilo que me tomar as energias, e ainda assim nunca me esquecer que isso só faz sentido enquanto não me separar daqueles que me são caros.

Hoje, depois disso tudo - e não pela primeira vez diante de impasses assim -, eu pondero sobre essa erraticidade para transitar desse estado maluco a uma névoa incerta na qual outro estado possa encontrar, confiante apenas que é mais fácil fazê-lo deixando parte da insanidade pra trás.

Vago, vago, como aquela música da Rita Lee sobre como "ha-ha, são coisas da vida"... mas não é assim mesmo?