Ahn, quê!?

" Em cada buraco que eu entrava
Eu cavava e não cabia
Toda porta em que eu batia
Tava fechada, ninguém abria

Em cada esquina que eu parava
Eu falava, ninguém ouvia
Toda sarjeta em que eu caía
Eu rolava e não dormia

Vou sair
Não vou mentir
Eu não sou um bom lugar
Aqui eu já não fico mais

Vou mudar
Não vou parar
Não quero mais ficar assim
Eu vou começar por mim

Em cada espelho que eu olhava
Eu procurava e não me via
Toda gaveta em que eu mexia
Não tinha nada, tava vazia

Em cada rua que eu passava
Eu perguntava pra onde eu ia
Toda placa que eu seguia
Tava errada e eu me perdia

Vou sair
Não vou mentir
Eu não sou um bom lugar
Aqui eu já não fico mais

Vou mudar
Não vou parar
Não quero mais ficar assim
Eu vou começar por mim "
Eu não sou um bom lugar
Branco Mello / Tony Bellotto

Não dá pra parar.
Se parar, já não é bom.
Então vamos!
Fazer páreo com alguém não é uma questão de igualdade, mas sim de equação diferencial.
Existem graus de liberdade, compromissos de crescimento assintótico, e com alguma interpolação podemos ter nas intersecções os melhores momentos de nossas vidas.
Vamos juntos, ou fique para ter o que não tem e não finja não saber que uma função degrau qualquer pode transformar os dois em paralelas que não se cruzam mais.

Com tantos analfabetos funcionais por aí, qual o problema de estreitar um pouco mais a audiência!? Isso não chega nem perto do que o descaso com a educação é capaz de fazer. Mas os gráficos, ah, os gráficos! Eles crescem! Que belos gráficos e números que podem ser entendidos, mas não engolidos. Vamos fazer de conta que ônibus e trens sejam salas de aula, pois daria na mesma para muitos casos, e teríamos mais escolaridade ainda!

Descobri o sentido da vida...

É pra fora!

Nos meus dias de paz, nos meus dias de luta

" Só depois de muito tempo fui entender aquele homem
Eu queria ouvir muito mas ele me disse pouco
Quando se sabe ouvir não precisam muitas palavras
Muito tempo eu levei pra entender que nada sei... que nada sei

Só depois de muito tempo comecei a entender
Como será meu futuro, como será o seu?
Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho
Se hoje eu canto essa canção, o que cantarei depois
Cantar depois... o quê?!!

Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção o que cantarei depois

Só depois de muito tempo comecei a refletir
Nos meus dias de paz
Nos meus dias de luta
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção, o que cantarei depois
Cantar depois... o quê? "
Edgard Scandurra
Dias de Luta

Um dia que homenageia alguém a quem eu devi muitas palavras. E só devi porque cometi o mesmo erro que a maioria das pessoas - de achar que podia controlar o tempo. É só depois de muita tentativa e erro que percebemos que não temos tempo algum, mas apenas permissões prorrogadas de ficar por aqui, talvez com alguma liberdade de ação. Como uma ligação no meio da noite, o tempo acaba, e temos que encarar nossa consciência. Pais erram dia e noite, mas cada um deles é 50% do que somos - signifique isso ter a mesma aparência, a mesma teimosia, a mesma forma de contar piada, a mesma forma de fazer merda e ser chato, e por aí vai...

Hoje eu dou valor a muitos dos conselhos que ignorava, ou ouvia pela metade. E juntar metades depois, quando a vida me fez precisar desses conselhos, não foi fácil.

Mas palavras agora não adiantam mais. Adianta viver a vida que ficou da melhor forma possível, torná-lo orgulhoso onde quer que esteja e ser digno de sua criação. Eu procuro fazer isso todos os dias porque sei que é o que ele gostaria que eu fizesse em seu lugar. Apesar de darmos valor só quando perdemos, sempre haverá tempo para a mudança. Sou grato a muitas pessoas e circunstâncias que me ajudaram a me re-erguer. Inclusive, disse pessoalmente ao Scandurra como essa música teve significado pra mim.

Quando o segundo sol chegar...

" Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alta luzia?

E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia. "
A Estrela
Manuel Bandeira

Sem comentários... (mas... será que chega!?)

E o PC do B quer enfiar a mandioca em todo mundo!

Aldo Rebelo... onde eu tava com a cabeça quando votei nele? Não, não.. eu vou dizer onde estava: estava naqueles textos sobre a Alca no livro do Altamiro Borges. Quando eu vi na padaria que ele fez um projeto para obrigar a adição de 10% de mandioca na farinha de trigo eu achei que era piada, ou que havia um motivo muito bom para isso, como existe para o sal iodado. E de fato havia: encher o bolso do produtor de mandioca.

Bom, dá pra argumentar que isso diminui a dependência do trigo importado, mas... será? Somos livres para fazer pão como bem entendermos, e isso até hoje não foi comercializado (que gosto será que isso tem pra ninguém ter tentado até hoje!?). Em outras palavras, esse projeto de lei torna a farinho de trigo ilegal, e só admite sua venda casada com farinha de mandioca.

Esses discursos de duas vias são sempre interessantes... e isso não é de hoje! O "braço juvenil" ao qual denominam UJS faz maioria na UNE, que quer deter o monopólio das carteirinhas pra fazer aquele lance com a Joven Pam e a Pizza Hut.

Nenhuma dessas coisas é, por si só, errada. Mas, vindo dessa legenda, é minimamente incoerente. Ainda não cheguei a conclusão alguma sobre qual seria a melhor organização, mas primo por uma oposição forte de esquerda. Eu disse oposição! Se a Heloísa Helena não tiver chances de ganhar (o que acho difícil), eu certamente voto nela. Mas, se ela tiver chances, putz, nem sei, hehe.

Olhando pra dentro olhando pra fora

" Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.

Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.

Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.

Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.

Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma. "
Vive
Alberto Caeiro

De repente isso tudo cansa, e você vê que se afobar por um diploma não vai te levar a nada. Você pode ir e ele vai continuar lá quando você voltar, te esperando, pra servir de rótulo e não dizer absolutamente nada singular.

Fugimos do que criamos pra ver se faz algum sentido... alguns chamam isso de viajar. Voltei de Poços sem saber se aprendi mais sobre mim mesmo ou sobre os outros nessa semana. É freando toda a alucinação que aposto todas as fichas no que está por vir...

De 4 em 4 anos o bicho sai da toca...

" Estão nas mangas dos Senhores Ministros
Nas capas dos Senhores Magistrados
Nas golas dos Senhores Deputados
Nos fundilhos dos Senhores Vereadores
Nas perucas dos Senhores Senadores
Senhores!
Senhores!
Senhores!
Minha Senhora!
Senhores!
Senhores!
Filha da Puta!
Bandido!
Corrupto!
Ladrão!
Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
O sol um dia ainda vai nascer
Quadrado
Isso não prova nada!
Sob pressão da opinião pública
É que não haveremos de tomar nenhuma decisão!
Vamos esperar que tudo caia no esquecimento
Aí então...
Faça-se a justiça!
Vamos arrumar vossas acomodações, Excelência.
Filha da Puta! Senhores! Corrupto!
Senhores! Bandido! Senhores! Ladrão! "
Vossa Excelência
Tony Bellotto - Charles Gavin - Paulo Miklos

Semana interessante... tirei satisfações com o zeroaldo, dei uma trombada com o governador mineiro e ganhei autógrafo da deputada estadual mais votada da história. Gostaria de saber como eles pensam na população quando essa festinha que emporcalha nossas ruas acaba.

Escolher presidente tá foda. Um já provou plena inaptidão ao pagar os banqueiros em dia e esquecer do resto, o outro não deixou por menos ao colaborar com aquele projeto carnavalesco que pretende destruir a Universidade Pública, o outro mostrou como governador seu desinteresse em ampliar verbas e cuidar do professorado, e a última vem carregada pela turminha do "duplipensamento" - não é à toa que liberdade vem depois de socialismo no nome. Defendendo o bom e velho estado laico, o mais famosinho da segunda divisão fica de fora. Cauteloso com o que não conheço, aqueles que usavam sonzinho de sistema operacional proprietário no horário eleitoral e se diziam não-proprietários ficam de fora. Sobram algumas figurinhas que ainda não conheci, e espero dar boas risadas com elas.