segunda-feira, 31 de julho de 2006

A Teoria das Endorfinas Exalantes - primeiras reflexões em Poços de Caldas

Sentados e ociosos o Alan, a Raquel e eu, muitas divagações metafísicas começam a pulular. E no meio delas, um dos maiores mistérios da humanidade: por que quando nos comprometemos começa a chover gente interessada na gente?

Segundo alguns, isso poderia ser um teste para provarmos nossas intenções. Segundo a Raquel, uma aliança no dedo significa pra mulherada que o rapaz já passou num exame minucioso.

Minha nova teoria é a de que um novo relacionamento traz consigo uma dose de felicidade (em alguns casos, bastante prolongada). Essa felicidade se resume, quimicamente, às endorfinas. Na suposições de que nosso corpo exale esse hormônio, temos um mecanismo semelhante ao ferormônio.

Em um exemplo prático, a rapaz que faz uma garota feliz faz também com que ela exale sobre ele o hormônio que produziu. Outras garotas, reparando esse cheiro, sabem que se trata de um bom parceiro, e a coisa funciona dessa forma. Interessante, não?

Credo, acho que vi Sex & The City demais...

domingo, 30 de julho de 2006

Espero que não tenha se machucado...

A noite já ia alta
quando Teresa caiu lá de cima.
Fazia tempo que não beijava o chão.
E que língua gostosa a daquele beijo!

(Thiago Serra)

A grande pressa urgentíssima do nada

" Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.

Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...

Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus? "
Não
Álvaro de Campos





Algumas vezes esquecemos que podemos escrever tudo de novo, do zero, sobre o que quisermos. Nos contentamos em lutar por uma vaga de deputado para propor emendas e remendos constitucionais no bonde que sempre pegamos andando. Vivemos uma vida baseada em um molde, absolutamente sem querer. Olhamos ao redor para escolhermos o que queremos ser, olhamos para dentro e preferimos não olhar. Vivemos de palavras, de vistas, de diferenças.

Esqueçamos as regras - façamos as NOSSAS regras. Joguemos ao fogo todo imperativo que controle nossas vidas, mesmo esse texto tão imperativo em abandonar os imperativos. Vamos achar graça das coisas e conversar. Vamos contemplar nossos sonhos perante nós mesmos. Façamos em nós nossa própria medida, sem esperar o dia do mérito, o dia que esqueceremos que existimos sozinhos.

O espelho machadiano nos visita a cada curriculum vitae entregue. E se convencemos entregando nossos melhores dias ao nada, será que nossa vida foi tão intensa quanto aquele monte de porcas e parafusos que nos galga posições no mata-mata?

Gostaria de terminar dizendo carpe diem, mas virou clichê. Mas... clichê com relação a quem?

sexta-feira, 28 de julho de 2006

Eu Também Vou Reclamar! - ou O Retorno dos Chipmunks - ou Comissário, a 89 Nos Traiu!

" Toca Raul! "
Autor desconhecido

Haviam assuntos mais relevantes e menos óbvios que eu gostaria de tratar no meu blog; mas, infelizmente, meu livro do Nietzsche sumiu e eu tô com uma puta vontade de escrever. Sem nada mais o que dizer, e sem querer soltar nenhum palavrão como naquela famosa musiquinha, eu resolvi ser chato e ponto. A 89 resolveu dormir de calça jeans pro resto da eternidade, e eu já pedi o divórcio. Agora vou falar sobre os podres engasgados desse casamento... e sobre o que calhar no caminho.

Essas mudanças "radicais" na programação não assustariam em qualquer radiozinha maria-vai-com-as-outras, mesmo porque outras rádios já haviam feito isso e ninguém falou muito. Mas é como o lance do mensalão (parafraseando Uma Noite e Meia): o estranho não era saber que certas legendas vendiam suas consciências - e sim que o PT é que as comprava! Fica nítido que o ideal do lucro é muito mais latente que a própria missão da rádio, e isso é de deixar qualquer um puto.

Agora uma galerinha no orkut fica perseguindo o "enviado do mal" que controla as comunidades oficiais da rádio e, segundo alguns, apaga protestos sobre a mudança. Nessas horas eu quero virar pro meu colega Hanson e dizer: "dá-lhe capitalismo!". Contribui deixando um recado jocoso para o rapaz que dizia no próprio perfil que trabalhava na "rádio rock". E nessas horas vem aquele grande dilema moral - mas coitado dele, ele está fazendo o trabalho dele, não tem culpa - e é exatamente aí que eu bato palmas pra Thoreau, quando ele diz ao cobrador de impostos que, se ele quer realmente fazer alguma coisa útil, que peça demissão do emprego.

Precisamos desmitificar esse lance de poderosos malvados e ver que a sujeira começa mais embaixo, naqueles que cumprem suas ordens, afinal um poder só existe se é reconhecido. Enquanto portar essa ingenuidade de teoria de conspiração, nosso povo vai estar a mercê de qualquer minoria e será sempre pego desprevenido. Fiz isso semana passada com o atendente do Citibank, em sua milésima ligação para tentar mandar um misterioso cartão de crédito pra casa... não, eu não mandei ele se demitir... só disse que abriria processo por correspondência não solicitada e por perseguição. Ele tem lá suas razões pra dizer que cumpre ordens, mas é caminhando nesse sentido que o carrasco recebe a indulgência e uma estupidez coletiva pode ser farseada como arrogância de uma única cabeça.

Retrocedendo ao assunto de dois parágrafos atrás...
Mas o que era aquele "rock" que tocava pouco antes de começar a tocar qualquer coisa? Aquela confusão infanto-juventil emo x HC? Isso pode ser muita coisa, muita mesmo - aquele amontoado de bandas pré-fabricadas, com letras moldadas pela gravadora, que já assinam o contrato decepcionando os fãs da era independente. Letras tão precisas quanto rentáveis, que parecem ter saído de um laboratório psiquiátrico secreto e anti-ético, como aqueles que dizem que testavam pessoas na Segunda Guerra. Aquele sonzinho barulhento e frenético, apelação emotiva e jargão pseudo-politizado... e pensar que eu achava RPM o fim da picada!

"Shut up", do Simple Plan (acho que Plain seria mais significativo), me soa como a vinheta de um desenho animado que passava há muito tempo no SBT, dos Chipmunks. Aquela bicharada gritando em voz aguda era muito parecida com o lance frenético dessa música.

Acho que eu estou ficando velho mesmo. No meu tempo de colégio não haviam emos, mas clubers! Bom, agora tem também um monte de gente se achando punk. Acho que eu já fui punk há alguns anos... eu andava com umas camisetas aleatórias (em especial aquelas com coisas de surf escritas), cuidava muito mal da aparência (às vezes tirando o cabelo e uns perfumes) e minhas calças eram rasgadas (por excesso de uso). O engraçado é que eu não fazia nada disso porque era "punk", ou achava legal. Eu fazia isso porque me sentia bem, e nem ouvia Ramones ou nada assim.

Nada melhor que Raulzito pra fechar esse Coringuês de "Pois é, minha filha, tô ficando velho..." e falar sobre essas ondas hilárias recheadas de incoerência...

" Mas é que se agora
Pra fazer sucesso, pra vender disco
de protesto
Todo mundo tem que reclamar
Eu vou tirar meu pé da estrada
E vou entrar também nessa jogada
E vamos ver agora que é que vai aguentar
Porque eu fui o primeiro
E já passou tanto janeiro
Mas se todos gostam eu vou voltar
Estou trancado aqui no quarto
De pijama porque tem visita estranha
na sala
Aí, eu pego e passo a vista no jornal
Um piloto rouba um "mig"
Gelo em Marte, diz a viking
Mas no entanto não há galinha em
meu quintal
Compro móveis estofados
Me aposento com saúde
Pela assistência social
Dois problemas se misturam
A verdade do Universo
A prestação que vai vencer
Entro com a garrafa de bebida enrustida
Porque minha mulher não pode ver
Ligo o rádio e ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo que eu quero descer
Olhos os livros na minha estante
Que nada dizem de importante
Servem só pra quem não sabe ler
E a empregada me bate à porta
Me explicando que está toda torta
E já que não sabe o que vai dar pra mim comer
Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada pra escolher
Apesar dessa voz chata e renitente
Eu não "tô" aqui aqui pra me queixar
E nem sou apenas o cantor
Que eu já passei por Elvis Presley, imitei
Mr. Bob Dylan
Eu já cansei de ver o sol se pôr
Agora eu sou apenas um latino-americano
Que não tem cheiro nem sabor
E as perguntas continuam
Sempre as mesmas, quem eu sou
De onde eu venho
Aonde onde eu vou dar
E todo mundo explica tudo
Como a luz acende como um avião
pode voar
Ao meu lado um dicionário
Cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar
Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano que também sabe se
lamentar
E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira disso tudo
Que eu quero chegar
E fim de papo "
Eu Também Vou Reclamar
Raul Seixas e Paulo Coelho

PS: Pra quê refrão?

domingo, 16 de julho de 2006

Por Onde Andei...

" São coisas da vida
E a gente se olha
E não sabe se vai ou se fica "
Rita Lee - Coisas da Vida

Até a última edição, parecia ser um semestre relativamente leve. Bom, PARECIA. E o futuro parecia muito previsível, pois é... PARECIA.

Aqueles dias veriam a primeira noite de um semestre recordista em madrugadas no IC. Faltou sono, sobraram brigas por um pouco de sossego (poderia escrever paz no lugar de sossego, mas é clichê e já meio sem sentido). Havia, inclusive, elencado pontos para escrever aqui, e estou bem atrasado com eles. Prometi também colocar muita gente aqui, e prometi a mim mesmo tornar esse visual original (se você ler isso bem no futuro, espero que esteja se deparando com o trabalho que eu provavelmente vou fazer com o fundo e o projeto em si).

É como naquele filme "Como se fosse a primeira vez": aconteceu de tudo enquanto estive "em transe". Gás boliviano nacionalizado, PCC interditando São Paulo, eu abandonando a pensão por ambiente de trabalho, eu abandonando a academia por falta de tempo, a briga cacóide do semestre comprada com o IC ao invés de com a atlética etc.

" Você não pode ter o suficiente daquilo que não quer de verdade. "
" You can't get enough of what you don't really want. "
?


Essas férias (agora) sem prazo certo para acabarem não começaram muito diferentes das 2 últimas... algum tempo lendo "não-computeirices", tudo aquilo que eu queria ler durante o semestre e não tinha escopo. Mas agora a coisa está "esquentando" de forma diferente.














Cheiro de férias...

Vamos ver o que reserva o futuro... espero não desandar mais com isso aqui, mesmo com tanta procrastinação não contida. A seleção dando fiasco, a última reunião do G8, a destruição da 89 FM e o debate sobre Wikipedia na lista do CACo são pontos nos quais preciso tocar. Muitas viagens também merecerão atenção a médio prazo. E a longo prazo, quem sabe que solo pisarei...

" Homens nasceram pra vencer, não pra falhar. "
" Men are born to suceed, not to fail. "
Henry David Thoreau

PS: Por que jogar frases descontextualizadas no meio do texto? Porque o texto é meu, oras. =D