quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sobrevivendo na USP - relatos de um "unicamper"

Hoje eu me senti novamente um bixo: estava perdido dentro de um campus enorme e não tinha idéia de como ir de um lado para o outro. Essas coisas são complicadas: eu vivia carregando dinheiro na Unicamp, tentando achar caminhos mais curtos, precisando "descobrir" onde ficavam salas e institutos inteiros, mas eu sempre avistava um restaurante e sabia que podia cruzar por dentro de um quarteirão e garantidamente sair do outro lado (apesar da FEEC desejar o contrário).

Depois que eu comecei a trabalhar, almoçar na Unicamp era algo esquisito: metade dos restaurantes não aceitava nada além de dinheiro. Mas eu achava caixas para saque com alguma facilidade.

Depois de começar a trabalhar em locais de grande movimentação de pessoas etc, fica ainda mais esquisito voltar pro mundo bucólico das universidades públicas, em especial quando o projeto do campus não é exatamente um projeto e não houve nenhum Zeferino que pensasse na comodidade geral.

Na Unicamp existe uma praça central, restaurantes e bancos espalhados, mas com concorrência devido à proximidade física devido ao projeto radial. E esse projeto radial é quase lógico pela disposição das unidades. Digo "quase" porque nunca entendi a pedagogia atrás da física e a economia entre a matemática e a computação, mas o fato de a medicina estar em um universo quase paralelo explicava muita coisa.

Na USP, existem mega-quarteirões que são metade um prédio que nem sempre tem saída pro outro quarteirão e a outra metade (algumas vezes uma generosa metade) puro matagal. Você não acha um restaurante se não entrar em um prédio, e eles são tão dispersos que ninguém faz concorrência com ninguém e caixa registradora ainda não chegou (nem gaveta com chave).

Na Paulista existe um restaurante que meus colegas chamam de "Marba", porque é o mais barato. Ele é ruim, mas aqui na USP um como ele faria miséria pra muitos outros se simplesmente não utilizasse nenhum balde ou bacia adequados para lavar roupa para despejar uma comida "commodity" no local onde você deve pegá-la. E toda essa qualidade de serviço uspiana sai quase pelo mesmo preço que o Marba.

Será por conjunturas com essa que as universidades públicas ainda conseguem formar, mesmo nos dias de hoje, revolucionários utópicos sem noção de realidade para atazanar a vida da sociedade?

Só sei que fiquei feliz de não passar fome nem chegar tão atrasado na aula hoje =)

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