domingo, 14 de outubro de 2007

Fé, esperança e amizade

Vidas perfeitas não precisam de nada. Afinal - e por definição - são perfeitas, irritantemente corretas e perdidas em alguma mente maluca desligada da realidade (será em algum hospício? I´m afraid not!)

Para todos os outros casos, existem essas 3 coisas aí em cima.

Deparadas com as coisas que acontecem na vida, as pessoas usam-nas como dá: elas têm fé de que aquilo que vêem não é o real, ou elas têm esperança que esse real mude, ou elas têm amigos aos quais perguntam se isso tudo é normal. Uma certa vez um certo alguém comparou já a primeira a menos que um grão de mostarda, e por aí você já percebe o castelo de cartas que faz essas coisas tão necessárias.

Outro alguém disse (ou acho que eu adaptei de um dito similar) que amigo é aquele em quem você deposita um dos lados de uma discussão sua consigo mesmo para defender apenas o outro lado na esperança de acreditar que era isso que queria desde o começo e meter no seu pobre amigo a culpa da sua dúvida.

Pobres amigos. Eles escrevem broncas quilométricas se você está a meses de distância fazendo "aquela" cagada. Mas eles também te convencem com papo furado que estão dando murro na ponta de faca, e você não pode simplesmente repetir isso de volta sem se passar por insensível. Amizade é um penico de prazeres e camaradagem mesmo... mas pergunte a alguém se ele repetiria de volta: se eu fizer isso, a pessoa não vai mais contar comigo - é o que diriam.

Tem dias que a gente acorda e a vontade é tacar todo o conteúdo daquele penico no ventilador, por a mão nos dois ombros da pessoa e falar: acorda! E tem dias que alguém faz isso com a gente. Dá uma puta raiva. Uma vez isso me deixou tão puto, mas tão puto, que a pessoa realmente conseguiu fazer eu ir adiante, e olha que até ali nunca havia dito nada sequer perto.

Esse lance do penico é uma arte em ser seco, em ser sarcástico, e ser até mesmo um pouco idiota. A maior preocupação é sempre do caso dele ser traiçoeiro e virar na nossa própria cabeça. Outro dia mesmo tentei usar essa técnica com moderação, e acho que piorou a coisa porque pareceu servir de vacina contra doses maiores.

Merda, viu...

3 comentários:

smurf disse...

PS: Se você se preocupou com o que leu aqui sobre eu ter tentado com alguém, certamente não é de você que eu estava falando, hehe.

Tiago Fernandes Tavares disse...

Smurf, tentar usar o dadaísmo para provar alguma coisa, além de ser coisa de emo, faz você perder a discussão tão automaticamente como quando você cita movimentos anti-semitas alemães da primeira metade do século XX.

viajante disse...

no alarms and no surprises, please...