quinta-feira, 2 de março de 2006

Há 2 Dias Foi 28 de Fevereiro

" nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia
o medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia
então erguemos muros que nos dão a garantia
de que morreremos cheios de uma vida tão vazia

nas grandes cidades de um país tão violento
os muros e as grades nos protegem de quase tudo
mas o quase tudo quase sempre é quase nada
e nada nos protege de uma vida sem sentido

um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre cobras
entre as sobras
da nossa escassez

um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre sombras
entre escombros
da nossa solidez

nas grandes cidades de um país tão surreal
os muros e as grades nos protegem de nosso próprio mal
levamos uma vida que não nos leva a nada
levamos muito tempo pra descobrir
que não é por aí... não é por nada não
não, não, não pode ser... é claro que não é
?SERÁ?

meninos de rua, delírios de ruína
violência nua e crua, verdade clandestina
delírios de ruína, delitos & delícias
a violência travestida faz seu trottoir
em armas de brinquedo, medo de brincar
em anúncios luminosos, lâminas de barbear

um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre cobras
entre as sobras
da nossa escassez

uma voz sublime
uma palavra sublime
um discurso subliminar
entre sombras
entre escombros
da nossa solidez

viver assim é um absurdo (como outro qualquer)
como tentar o suicídio (ou amar uma mulher)
viver assim é um absurdo... "
muros & grades
(gessinger/licks)

Retomando a perplexidade "verbetiniana" (www.devaneiosdoverbete.zip.net), gostaria de tratar do tempo e das contradições humanas. Não sei quem, mas o que me importa é o quê e o quando. Quando os calendários ainda eram imprecisos, aos sábios cabia dizer quando se deveria adicionar alguns dias ao ano corrente para corrigir eventuais distúrbios. Obviamente, a adição de dias se vinculava à situação política: um governo vigente a favor do sábio ganhava os dias adicionais, enquanto um opositor não ganhava.

Em um breve vislumbre, o homem era capaz de moldar o tempo conforme a sua vontade e a sua paixão. A modernidade, com seu cientificismo, aboliu o poder do velho sábio. Estamos seguros contra seu despotismo, apalpamos a abstração da justiça e perdemos o controle sobre o correr do tempo. O mesmo homem que hoje se prende às suas regras de passagem de tempo foi aquele que riu delas com seus sábios no passado, e que agora deseja desafiá-las com seus físicos teóricos.

De dominadores a dominados pelo tempo, eis o preço para nos defendermos de nós mesmos. Nossa complexidade e nossa miséria se prendem à nossa preocupação excessiva com o parasita e o prejudicial. Vivemos estabelecendo regras, morais e cerimônias que nos protejam do erro e da dor. Descolorimos o belo da Vida, nos atemos ao que é seguro e fácil. Nos acomodamos em um cativeiro mental e levamos quem nos interessar ladeira abaixo, conscientes da tensão suspensa nessa paz armada sem vencedores definitivos. A democracia, por exemplo, é uma mentira muito bonita até que por seus próprios meios um grupo autoritário chegue ao poder - falta respeito e coerência na intervenção internacional no Oriente Médio.
















(uma foto nada espontânea em Ubatuba)


Vivemos apenas nas tentativas. É por isso que o que espero em alguém é que pegue a contramão comigo. Hoje é 2 de março e nada vai mudar isso. Talvez devamos mesmo deixar o tempo como está, e apenas pararmos de olhar tanto para o relógio. Mas ainda existem muitos muros e grades que não levam a nada.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ae!

Vou começar do fim é mais facil:

Que foto mais forçada em, você estava em Ubatuba e pediu pra sua irmã bater. Que falta de criatividade!

Agora vou desdenhar o seu post:

Porque perprexilidade verbetiniana? Tá bom que eu gostei da ultima palavra, me faz criador de algo isso é uma idéia a ser considerada mais para a frente, mas agora só carrega uma simples duvida! O que eu criei?
Quero saber também se você falou de tempo em relação a perprexilidade por causa do meu post no meu blog (segue no titulo desse post) e se isso foi uma critica ou um elogio!?

Abraço

Anônimo disse...

Eu sei que não dei a bunda, pois lembro um dia que você assumiu que dava a bunda e falou que ardia como não fiquei com c* ardendo sei que não dei a bunda graças as suas informações!

Eu sei que seu post não tem nada a ver com o meu, mas quero saber se servi de insipiração. Realmente não consigo encontrar um ponto que esse seu post venha demonstrar algum caso que realmente ocorreu.

Abraço

smurf disse...

Esse post é uma moção de repúdio à imbecilidade discursiva do post acima apresentado.

Anônimo disse...

Se não aguenta beber TOMAR LEITE! Essa frase nunca mais deve ser tida por um bebado, falando para outro bebado.

Se não aguenta brincar, não começa!