quarta-feira, 21 de março de 2007

"É a primeira vez que faz anos na primavera"

"- Somos Áries - disse. E acrescentou, sorrindo: - É o signo da solidão."
Gabriel García Márquez
(de algum livro de título gigante)

Quanto ao resto, os outros que o digam.
De um lado da retina é sempre mais confuso que do outro.

Mas de uma coisa eu tenho certeza: nasci sarcástico.
Minha primeira palavra foi PQP.
Aprendi a andar com 1 ano e 1 dia... isso porque meu pai havia prometido uma senhora bonificação se a moça da roça que me tomava conta conseguisse isso até o dia do meu aniversário.

Todo o resto é como todas as poesias confusas do Álvaro de Campos sobre isso (poesia e não poema, que se dane!; aliás, hoje é o dia mundial da poesia!; e também o dia contra a discriminação racial!; e também aniversário do Senna!).
Voltando à poesia, tem uma que eu coloquei no orkut, na verdade porque eu leio ela quase todo dia, então fica mais fácil de achar...

" Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.

Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.

E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.

E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,
Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,
De haver melhor em mim do que eu.

Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,
Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,
De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,
De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,
De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida.

Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
A impressão de pão com manteiga e brinquedos
De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
Num ver chover com som lá fora
E não as lágrimas mortas de custar a engolir.

Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.

Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.

Sou eu mesmo, que remédio! ... "
Sou Eu
Álvaro de Campos

3 comentários:

Anônimo disse...

Cara você é você mesmo, só o titulo do poema ou poesia fala tudo.

Todos somos individuos de nós mesmos.

Abraço

Unknown disse...

Parabénsss manuuu!!
Fikei triste q naum consegui falar com vc direito no seu níver, mas vou te ligar amanha cedo tá?!!
Amo vcccccccccc...
:***

Unknown disse...

Parabéns, velho!
Fiquei um bom tempo sem ler o blog, mas hoje passei aqui.
Tudo de bom, aquele abraço.