Sobre a vida que alguém não quis ter

(deram a idéia, eu comecei a escrever)

Quando somos novos (novos mesmo, como o milho antes de virar pipoca, talvez sequer ainda consciente do abandono da espiga e do fato de que esta já há muito não se encontrava no milharal), temos muitos planos, muito tempo para sonhar, e pouca idéia do que eles significam.

Muitos deles sonhos idiotas, mas de um tempo que parecia haver tempo pra se pensar o que é que somos, e ficam como nossa identidade quando deixamos o tempo passar e não guardamos tempo pra pensar. Eles acontecem antes mesmo de se conhecer o mundo o suficiente pra se ter certeza de que eram mesmo os NOSSOS sonhos. E em muitos casos, viram nossas âncoras para o resto da vida, mesmo que lançadas nos lugares mais insensatos.

Depois tudo vira uma múltipla escolha, mas com opções nas entrelinhas.